Não costumo assistir ao programa da Ana Maria Braga, mas nas férias a gente até que se empolga para isso, né? Descobri que ela costuma dar umas mensagens no fim de cada programa e, no dia em que assisti, ela falou sobre como é injusta a maneira em que a vida termina e como seria melhor se vivêssemos de trás para frente.
Na verdade, ela estava citando Charles Chaplin: “Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado para fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo para poder aproveitar a aposentadoria. Aí você curte tudo, faz festas e se prepara para a faculdade. Você vai para o colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho no colo, volta para o útero da mãe e passa seus últimos nove meses de vida flutuando”.
A idéia até que é interessante, mas não é coisa tão nova assim. Certo homem chamado Nicodemos já havia perguntado para Jesus: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? (Jo 3.4)
É claro que nós nunca vamos viver de trás pra frente como sugeriu Chaplin nem muito menos voltar ao ventre materno como sugeriu Nicodemos. Pode até parecer injusto esta ordem natural de nascer, viver e morrer, mas para nós cristãos não é. Por causa de Cristo, nós vivemos de trás pra frente.
Começamos a viver de verdade depois de já termos morrido para o pecado lá no nosso batismo. Ali já nos livramos logo da morte – como Chaplin tanto queria.
Assim, quando fomos batizados, fomos sepultados com Cristo por termos morrido junto com ele. E isso para que, assim como Cristo foi ressuscitado pelo poder glorioso do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova. (Rm 6.4)
Otto Neitzel
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