Recebi um convite para participar, nessa terça-feira dia 30 de abril, de um Encontro com pastores, líderes jovens e ministérios esportivos de Porto Alegre intitulado Joga Limpo Brasil. Esse encontro visa apresentar estratégias, materiais e ações para que a Igreja aproveite o esporte como ferramenta de evangelização. A Sociedade Bíblica do Brasil fez uma parceria com várias organizações cristãs e criou esse Movimento com o objetivo de mobilizar atletas, igrejas e organizações cristãs para difundir a mensagem bíblica e seus princípios durante a Copa das Confederações, a Copa do Mundo de 2014 e também nos Jogos Olímpicos de 2016. Os organizadores entendem que essas programações esportivas oferecem oportunidade singular de semear a Palavra de Deus.
Gostei do “Joga Limpo Brasil” e pensei que um movimento idêntico possa ser espalhado urgentemente em outras esferas lembradas pelos nossos políticos somente em tempo de eleições como saúde, educação e segurança. O Brasil precisa jogar limpo na canalização dos recursos de nossos impostos previstos para esses fins e não pode deixar que sejam desviados para bolsos e contas particulares. Para evitar esses desvios é preciso jogar limpo na fiscalização do uso desses recursos e dar um basta à impunidade.
O Brasil também precisa jogar limpo nesse Projeto de Emenda Constitucional (PEC 33) que pretende dar ao Congresso “a última palavra para dizer se uma lei é constitucional ou não”. Segundo os entendidos a proposta “afronta cláusulas pétreas da Constituição e tira do Supremo (STF) sua principal tarefa que é interpretar a Constituição”. Além disso, parece que a Comissão de Constituição e Justiça joga nada limpo ao aprovar esse projeto com a participação de duas pessoas condenadas pelo STF no caso do Mensalão.
O Joga Limpo Brasil tem algo a ver também com o exercício de nossa cidadania. A Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas fez uma pesquisa sobre o famoso “jeitinho” brasileiro. Dos 3.3 mil entrevistados em oito Estados, 82% reconhecem facilidade em descumprir as leis no Brasil e 79% acreditam que todos usam algum tipo de subterfúgio para desobedecer a regras legais (ZH, 25/04/2013). Por acaso estamos nessa lista quando a questão é velocidade no trânsito, declaração do IR, exigência de nota fiscal?
Temos que jogar limpo nem que sejamos os únicos. Cristo nos limpou com seu sangue (1Jo 1.7) de toda a culpa cultivada com nossos jeitinhos. Agora, no exercício da cidadania, somos animados a jogar limpo não por força da lei, mas por dever de consciência (Rm 13.5).
Edgar Lemke