Quero voltar a Belém. Bem sei que o menino Jesus não está mais na manjedoura. Bem sei que não me aparecerá o anjo anunciando a “Boa Nova”, nem o coro celestial cantando “Glória”. Não encontrarei os pastores conferindo o nascimento do Salvador, nem os magos com seus presentes. Mesmo assim quero voltar a Belém.
Quero voltar a Belém para adorar, novamente e sempre, quais pastores e magos, o Verbo que se fez carne (Jo 1.14), Deus que se tornou humano, luz para o mundo (Jo 1.4,5), o caminho a verdade e a vida (Jo 14.6), pois nasceu o meu Salvador. Maria canta: “A minha alma está alegre por causa de Deus, o meu Salvador” (Lc 1.47).
Quero voltar a Belém para adorar o meu Salvador em espírito e verdade. Festejamos o Natal reunindo familiares e amigos, trocamos presentes, afeto e carinho. Isto é louvável e agradável a Deus. Mais ainda quando ao afeto e carinho juntamos a fé. Isto é adorar e festejar em espírito e verdade (Jo 3.15). Esta fé, que vem através da mensagem (Rm 10.17) nos é colocada no coração pelo Espírito Santo. Jesus falou a Zaqueu: “Hoje preciso ficar na sua casa (Lc 19.5). Eu não posso crer por você, por meus filhos, por meus amigos. Salvação é assunto pessoal.
Quero voltar a Belém para buscar paz ao meu coração. Alguém disse: “Jamais existiu um gênio sem a angústia do destino, a não ser que tenha sido religioso”. Esta angústia se traduz assim: “Quem sou, de onde vim, para onde vou”. “Porque estou tão triste e desanimado? Eu porei a minha esperança em Deus e ainda o louvarei. Ele é o meu Salvador e o meu Deus” (Sl 42.5). Este Deus “cura os que estão desanimados e trata dos seus ferimentos” (Sl 147.3). “Então eu me alegrarei por causa do que Deus tem feito; ficarei feliz porque ele me salvou” (Sl 35.9). Por meio da fé temos paz com Deus em nosso coração. (Rm 5.4)
Quero voltar a Belém para aprender sempre de novo a amar ao meu Deus e Salvador. Rebelde por natureza, humano e muitas vezes fraco – um pavio que ainda fumega, um galho que quebra, uma luz que quer se apagar – (Mt 12.20) faço o que não gostaria de fazer, justamente aquilo que odeio (Rm 7.14ss). É o pecado que ainda vive em mim. Conforta-me saber que Deus é amor (1 Jo 4.16) e mostrou o seu amor por nós, mesmo sendo nós ainda pecadores, ao enviar seu Filho ao mundo para termos vida por meio dele (Jo 4.9) “Eu fui morto na cruz com Cristo. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim” (Gl 2.20).
Belém! Ali Deus revela a sua graça para dar salvação a todos. “Esta graça nos ensina a abandonar a vida descrente e as paixões mundanas, para vivermos neste mundo uma vida controlada, correta e dedicada a Deus” (Tt 2.11,12).
Tudo começou em Belém, motivado pelo amor de Deus a mim, a você e a todos. É bom “voltar” a Belém, pois… …ISSO É NATAL!
Guido Ruben Goerl – pastor emérito