Nesse domingo, no início de nosso culto, pretendo cantar o Hino Nacional brasileiro com os pulmões estufados, porque 7 de setembro, Dia da Independência, é a data mais importante de minha Pátria.
Queria dar uma folga às notícias ruins que diariamente são temas de nossos jornais e me focar nas coisas boas que posso desfrutar nesse imenso País, mas preciso refletir sobre nossa independência. No tempo de faculdade de História nossa discussão era festejar independência de quê? Falava-se que continuávamos sendo uma colônia explorada pelos países ricos e nossa dívida externa era impagável. Por isso, a festa da Independência deveria ser uma tomada de consciência dessa exploração para continuarmos a luta para a conquista de nossa soberania.
Hoje não se fala mais em divina externa e sim em empréstimos e doações para Cuba, Venezuela, Colômbia e outros países. Fala-se, sim, em dívida interna impagável, em políticos corruptos, em desvios de verbas públicas, em superfaturamento de licitações, em descaso com a saúde pública, em falta de segurança, em fracasso na erradicação do analfabetismo. Então, que o dia da Independência sirva para uma tomada de consciência dessa dependência interna de práticas que nos aprisionam, a fim de reagirmos contra esses males e exercermos nossa cidadania como Deus requer de seus filhos.
Dia desses chamou-me à atenção duas palavras sobre cidadania que tem a mesma raiz: protagonista e antagonista. Elas vêm do grego (agon) cujo verbo (agonidzomai) significa “tomar parte numa luta árdua, lutar, combater”. Quem luta a favor é protagonista e quem luta contra é antagonista. Tanto a luta a favor como a luta contra traz um tipo de agonia. Pois quero ser antagonista aos desmandos e às velhas políticas que marcam a História de nosso País e ser protagonista nas políticas que encaram nossos principais problemas e trazem propostas para resolvê-los.
Quem dá uma sugestão muito apropriada nesse sentido é o apóstolo Paulo: Quando as autoridades cumprem os seus deveres, elas estão a serviço de Deus. Portanto, paguem ao governo o que é devido. Paguem todos os seus impostos e respeitem e honrem todas as autoridades. Não fiquem devendo nada a ninguém. A única dívida que vocês devem ter é a de amar uns aos outros. Quem ama os outros está obedecendo à lei (Rm 13. 6-8).
Edgar Lemke