Não vou tratar de tema político apesar de o período merecer estudos nessa linha. Penso numa questão mais profunda e relevante, espiritual. Que vai contra o senso comum e o “politicamente correto”. E nos deixa espantados com o caso do menino de Três Passos. Até aonde vai a maldade humana? Temos dificuldades de acreditar que o ser humano é capaz de praticar tamanho mal. Talvez porque o politicamente correto é acreditar que o ser humano é bom. Quando muito a sociedade é que o corrompe. Gostamos da ideia de que “não somos tão maus” assim.
Mas vamos a Palavra de Deus. Nela Deus não é politicamente correto quando fala sobre nós. Ele diz: “não há ser humano bom. Nenhum sequer” (Salmo 14.1). A bondade e santidade foram perdidas lá no Éden. A humanidade o usou mal seu pleno livre arbítrio desobedecendo a Deus e pecando (Gênesis 3). Isso nós não gostamos de ouvir. Mas Deus diz mais: “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Aqui Deus nos envolve. E embora, tal quais os mascarados das manifestações, gostemos de nos esconder neste “todos”, Deus individualiza a questão do pecado mostrando que “nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51.5). Aqui, o “todos pecaram” revela o teu e meu pecado. E com facilidade afirmamos com o apóstolo Paulo, “o bem que quero não faço e o mal que não quero, este faço…” (Romanos 7.18-19).
Em tempos de politicamente correto, mais que olhar para os outros, feito candidatos que se acusam mutuamente, esquecendo que estão todos coligados com todos, em algum nível, perdendo todos sua identidade, Deus nos convida a olhar para nossa condição de “pobres e miseráveis pecadores” a fim de nos arrependermos. Diante disso “Ele é fiel e justo para nos perdoar de todo o pecado e nos purificar de toda a injustiça” (1 João 1.9).
Que fazer? Diz o ditado que “melhor uma triste verdade do que uma doce mentira”. Deus não mente. Fala a verdade. Mas com amor. E este é o diferencial de Deus ao nos apontar o pecado. Ele não nos engana. Ele nos ama. E o seu sangue nos purifica de todo o pecado (1 João 1.7). A dureza da sua declaração nos coloca no lugar certo: aos pés da sua cruz. Ali ele restaura pelo perdão, e nos torna espiritualmente corretos e úteis. No perdão que vem da cruz ele nos capacita a sermos bons pais, filhos, cristãos, cidadãos, candidatos, eleitores, congregados, etc. Que Deus continue sendo politicamente incorreto para conosco e nos abençoe.
Abençoada Semana.
Pr José Daniel Steimetz