Ao ouvir no Jornal Nacional (noite de 21 de abril), que havia passado um tornado em Xanxerê, SC, liguei para meu irmão Artur Alberto que mora naquela cidade e fiquei contente que ele e sua família foram poupados da devastação. Ele viu o tornado se formar a cem metros de sua casa e abalar tudo o que estava à sua frente. No outro dia, ao conferiu os estragos desse tornado que segundo meteorologistas alcançou a velocidade de 250 km/h, ficou impressionado que “apenas” duas pessoas perderam a vida em meio a tamanha destruição.
Por nunca ter vivenciado algo parecido, não consigo medir os sentimentos das pessoas que, em questão de três minutos, perderam tudo o que tinham e agora, no lugar da casa, viam apenas o alicerce e móveis espalhados. Mesmo assim, ouvi pessoas agradecidas por estarem vivas e animadas a começar tudo de novo.
Esta fragilidade das coisas que construímos e pelas quais lutamos me trouxe à lembrança duas palavras do escritor da carta aos Hebreus:
- “Porque neste mundo não temos nenhuma cidade que dure para sempre; pelo contrário, procuramos a cidade que vem depois” (Hb 13.14). Deixamo-nos levar por um sistema de vida que não nos permite pensar sobre o que realmente importa e acabamos vivendo como se as nossas conquistas e construções durassem para sempre. Então, um tornado desses pode nos trazer à memória que nossas casas e apartamentos, adquiridos com sacrifício financeiro através de longos anos de aperto, um dia também vão ruir.
- “Já recebemos um Reino que não pode ser abalado. Sejamos agradecidos e adoremos a Deus de um modo que o agrade, com respeito e temor”(Hb 12.28). Esse reino que não pode ser abalado nós temos porque Jesus veio a este mundo como o HOMEM-DEUS para, com seu sacrifício, morte e ressurreição, nos perdoar, transformar e salvar.
Uma vida de fé alicerçada no Salvador Jesus nos coloca na perspectiva correta em relação às coisas desse mundo e nos anima a começar de novo quando nossas construções ficam abaladas.
Edgar Lemke