Enquanto escrevo esta devoção semanal, o relator da comissão especial do impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), está lendo o seu parecer de 128 páginas ao vivo no canal Globo News. Favorável à abertura do processo de afastamento da presidente Dilma, lá no início da sua leitura ele afirmou que, dependendo do que venha a acontecer no futuro, uns vão lhe chamar de “herói” enquanto outros de “golpista”.
O objetivo desse parecer, segundo Arantes, é o de “analisar indícios mínimos da materialidade e de autoria”, ou seja, encontrar evidências que comprovem ou não que a presidente cometeu crime de responsabilidade com as chamadas “pedaladas fiscais”. Evidências!
Sem as benditas evidências não é tão fácil sair de cima do muro. Ainda mais para uma comissão tão importante que precisa apresentar seu parecer para a votação do dia 11 no plenário. Sem a análise cuidadosa das evidências, fica muito fácil “tomar partido”. Por isso: herói ou golpista!
Nos dias que seguiram a ressurreição de Jesus, os discípulos eram chamados de golpistas. O corpo, a evidência primordial, havia sumido do túmulo onde havia sido colocado. Certamente, os discípulos foram na calada da noite, enquanto os soldados dormiam na frente de uma pedra enorme, e a moveram, sem fazer um barulho sequer. Conseguindo, assim, sequestrar o corpo do seu mestre.
Muitos, mesmo sem as benditas evidências e indícios de materialidade e autoria, creem nesta possibilidade. Para esses, esta versão é mais “plausível” e do que um ato milagroso como a ressurreição.
Para nós que não vimos e mesmo assim cremos, o nosso herói e Salvador nos diz: Bem-aventurados! Bem-aventurados os que não viram e creram (Jo 20.29).
Para o mundo, não passaremos de meros golpistas. Para Cristo e por causa de Cristo, já estamos, junto com os discípulos, na lista de heróis da fé! Amém!
Otto Neitzel