Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, e a sua misericórdia dura para sempre. Salmo 136.1
Morreu o grande Paulo Sant`Ana. Muitas e justas homenagens estão sendo prestadas por gremistas, colorados e tantos outros. Certamente ele ficaria feliz com estas lembranças pós- morte. E quanto de bem lhe teria feito se as tivesse recebido em vida! Mas fiquei me perguntando, por quanto tempo o lembraremos, uma vez, que, por estar afastado dos meios de comunicação, não fosse o personagem “Santaninha”, de Duda Garbi, sua lembrança e de sua obra, já teria ficado ainda mais para trás.
Refleti nisso influenciado por uma leitura que fiz da obra “Catarina, minha querida”, de E. Jane Mall, que trata da vida de Catarina Von Bora, ou então, para tornar mais familiar, Catarina Lutero. Sim, trata da esposa de Martinho Lutero, personagem lembrado especialmente nestes tempos de celebrações dos 500 anos da Reforma. Se hoje o valorizamos e até ela é lembrada, naquele momento, relata a obra, a situação foi diferente. A página 184 traz um pequeno diálogo de Catarina com o seu Pastor Bugenhagen. Ele pergunta: “E quanto a alguns dos cidadãos de Wittenberg? Doutor Lutero foi o pastor deles e fez tanto por muitos deles. Eles também não querem ajudar? Catarina engoliu as lágrimas. – Todos me viraram as costas”.
Passado pouco tempo da morte do Doutor Lutero as pessoas já haviam se esquecido dele, do que ele lhes fizera, de como enfrentara as dificuldades inerentes ao processo da Reforma por causa do Evangelho que era sonegado, da peste que fez da sua casa um grande hospital aonde moribundos eram acolhidos até a morte, e tanto mais… Lutero logo foi esquecido. Isso me impressionou muito. Não devia, mas impressionou. Fiquei a pensar a quem deixei de ser grato. E me angustiei ainda mais. Não devia. Sei que somos pecadores. E por causa do pecado, mal agradecidos. Esse é o resumo da nossa capacidade de ser ingratos e esquecidos.
Por isso escrevi esse texto para lembrança considerando o versículo citado. Não devíamos, mas esquecemos a tudo e a todos. Paulo Sant’Ana, Lutero, Catarina, pastores, congregados, pais, filhos, irmãos, amigos….serão esquecidos. Agora, não deveríamos esquecer-nos de Deus. Embora essa pareça ser a triste realidade hoje. Pois dizem que “o mundo se esqueceu de que se esqueceu de Deus”. E a vida não tem mais valor, princípios são invertidos, o certo parece errado, o ir a igreja cai no esquecimento, a oferta de gratidão vira barganha. Não! Que tal não aconteça conosco. Lembremos sempre de nosso bondoso Deus Criador, Redentor e Santificador. Que em Cristo morreu para nos dar a vida. Faça como recomenda o Salmo: Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, e a sua misericórdia dura para sempre. Salmo 136.1.
Abençoada semana de Dia do Amigo. Certos de que em Jesus amigo temos.
Pr José Daniel Steimetz.