A vida de adoração é uma aventura. Qualquer pessoa é bem-vinda a se juntar a aventura de seguir a Jesus. Mas nem todos estão preparados a submeter-se ao estilo de vida que a adoração espera. Lemos no Evangelho de Lucas que “indo eles caminho afora alguém disse: Seguir-te-ei (a Jesus) por onde quer que fores”. Mas não seguiu. A outro Jesus convida: “Segue-me.” Ele preferiu deixar o assunto para mais tarde. Outro ainda prometeu: “Seguir-te-ei”. Mas queria primeiro despedir-se da família. Frente a estas negações Jesus afirma: “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus.” (Lc 9.62)
Um agricultor não consegue arar uma fileira estreita reta se não olhar para frente. Olhar para trás, ainda que por um instante, faz com que o arado desvie para o lado, correndo o risco de quebrar o arado batendo numa pedra. Quem olha para trás perde.
Pessoas que “olham para trás” são aqueles que depois de algum tempo pertencentes a uma congregação a abandonam. A carta aos Hebreus aconselha: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns…” (Hb 10.25) Abandonar não é trocar seis por meia dúzia. É trocar o melhor pelo pior. É muito fácil e perigoso desacostumar-se de uma vida de comunidade. É algo parecido com o efeito dominó. Coloque o jogo de pedras em pé e deixe a pedra primeira cair sobre a segunda – todas caem. Quem olha para trás perde o que existe de mais valioso: salvação e eternidade feliz. (Pv 8.32)
Também tem jovens que olham para trás e perdem. São aqueles jovens de igreja, membros batizados que na idade apropriada recebem instrução sobre o que é cristianismo e o que significa seguir a Cristo, tornando-se aptos a participarem da Ceia do Senhor e de todos os benefícios que uma igreja oferece. Participam no começo depois relaxam, somem e nunca mais aparecem – e são muitos. Talvez eles pensam (e seus pais também), se confirmados como membros de uma comunidade agora tem uma religião e estão seguros. Nenhuma religião salva. O que salva é arrependimento e fé no sangue de Cristo derramado na cruz para remissão dos pecados. (At 10.43) A estes recomendamos as palavras do Salmo: “Volta, minha alma, ao teu sossego, pois o Senhor tem sido generoso para contigo.” (Sl 116.7)
O que nós podemos fazer com e pelos que olham para trás e se perdem? O apóstolo Paulo entende que nós uma vez possuídos de bondade, cheios de conhecimento, estamos aptos e devemos adverti-los do erro. (Rm 15.14) Também podemos de devemos orar por eles para que deem meia volta, retornem ao caminho da adoração e vivam novamente nos preceitos bíblicos a vida que tem como alvo e prêmio uma eternidade feliz. “Muito pode, por sua eficácia, a suplica do justo.” (Tg 5.16) E agora, um advertência oportuna: Jamais nos esqueçamos de orar por nós mesmos para não cair em tentação e olhar para trás.
“Ensina-me, Senhor, o caminho dos teus decretos e os seguirei até o fim. Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei, de todo o coração a cumprirei. Guia-me pela vereda dos teus mandamentos, pois nela me comprazo.” (Sl 119.33-35)
Guido Ruben Goerl – Pastor Emérito