O mundo acompanhou nessa semana o julgamento do ex-presidente Lula pela TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). Os três desembargadores analisaram o recurso da sentença do juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba que condenou o Ex-presidente a nove anos e seis meses de prisão no âmbito da Operação Lava-Jato, e aumentaram a pena para 12 anos.
Antes de virar réu, o Ex-presidente, ao discursar, tinha a autoridade da palavra. Mas agora, com a confirmação de sua condenação, sua autoridade está comprometida.
O Evangelista Marcos, ao registrar o início do ministério de Jesus, comenta: “As pessoas que o escutavam ficaram muito admiradas com a sua maneira de ensinar. É que Jesus ensinava com a autoridade dele mesmo e não como os mestres da Lei” (Mc 1.22)
A palavra “autoridade” pode soar negativamente aos nossos ouvidos por causa dos desmandos de muitos políticos que usam os cargos para proveito próprio. Aplicada a Jesus, a palavra “autoridade” adquire o melhor sentido possível, pois ele usava sua autoridade exclusivamente em benefício de outros. Ele não se importou em vir a este mundo como servo sofredor, submetendo-se à vontade do Pai Celeste para a salvação de toda a humanidade.
O que é tão especial no ensino de Jesus (Mc 1.21–22)? Ele fala sobre pecado e graça. Jesus ensina que o homem é incapaz de guardar a Lei de Deus, mas através da sua vida e obra, o perdão dos pecados fui conquistado em favor do homem aprisionado pela lei e pelo pecado.
Jesus foi condenado na calada da noite, sem que houvesse alguém que o defendesse, e executado ao amanhecer do dia seguinte. No entanto, em nada sua autoridade ficou diminuída. Pelo contrário, ficou infinitamente maior com sua vitória sobre a morte. Ao incumbir seus seguidores da tarefa de divulgar a Boa Nova afirmou: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra…” (Mt 28.18). Dá ou não dá para reconhecer a autoridade de Jesus?
Edgar Lemke