A Laurinha nasceu de 40 semanas e um dia. Que alegria! Já dizia o salmista: Os filhos são um presente do SENHOR; eles são uma verdadeira bênção Sl 127.3.
Durante a gravidez da Scheila, confesso que fiquei intrigado com as exatas 40 semanas que se leva para ter um bebê. É só abrir a bíblia pra ver como o número 40 é o contrário de alegria. Tem até mais a ver com sofrimento e provação.
Noé ficou trancado 40 dias com sua família e os animais dentro da arca enquanto o mundo inteiro morria afogado. Moisés ficou isolado, sumido na montanha por 40 dias e 40 noites. Por 40 anos o povo ficou peregrinando e passando dificuldades pelo deserto. Antes disso, tinham sido escravos no Egito por 400 anos. O próprio Jesus começou seu ministério jejuando por 40 dias e ficou exatos 40 dias aqui na terra depois da sua ressurreição. Durante seu julgamento, Jesus só não levou 40 chicotadas porque subtraíram uma.
Durante as 40 semanas de gravidez a Scheila sentiu enjoo, dor nas costas, sono, pé inchado, mas não podemos reclamar. Ainda bem que não foram 40 horas de trabalho de parto, né?
Será que poderíamos comparar nossa vida aqui no mundo com um período gestacional? Pelo batismo somos concebidos e colocados por Deus dentro do útero que se chama igreja. Ali estamos crescendo, ganhando forma, peso, ouvindo a voz dos nossos pais que vem de fora. O nosso cordão umbilical, ou melhor, nossa fé, nos entrega todos os nutrientes que vem da Palavra e do Santo Sacramento. A dor do parto é a nossa partida para a eternidade. É dolorido, mas a luz que vemos no fim do túnel é a luz da vida eterna. Assim como um bebê chora porque não quer sair da barriga da mãe, nossa tendência também é fazer desse mundo nossa placenta eterna.
Oramos para que Deus sempre nos acompanhe durante os 40 de gestação que passamos por aqui para nunca perdermos de vista o dia que vem depois. Já dizia o outro Salmista: O choro pode durar a noite inteira, mas de manhã vem a alegria. Sl 30.5
Otto Neitzel