O dia 06 de janeiro é lembrado como o Natal dos Gentios – o nosso Natal. A data marca o início do período da Epifania – palavra que quer dizer manifestação. Está relacionada à história do Natal contada por Mateus, o único evangelista que registra a visita dos magos ao menino Jesus: “Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: — Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo” (Mt 2.1,2)
Da visita dos Magos o que mais me impressiona é como eles conseguiram identificar na estrela luminosa o nascimento de Jesus! Talvez tivessem visto passagens bíblicas como a de Números: “Olho para o futuro e vejo o povo de Israel. Um rei, como uma estrela brilhante, vai aparecer naquela nação; como um cometa ele virá de Israel” (Nm 24. 17). E, por iluminação divina, ao ver aquela estrela luminosa, entenderam que se tratava da vinda desse rei. Aí, sim, dá para compreender sua atitude de empreender uma longa e perigosa viagem para visitar e adorar aquele Menino, dando-lhe valiosos presentes.
Na verdade, quem nos visitou foi o próprio Deus na encarnação de seu filho Jesus. Davi, no Salmo 8, profetiza a respeito desta visita abençoada: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, para que dele te lembres? E o filho do homem, para que o visites?” (Sl 8.3-4). Esse Salmo messiânico antecipou o louvor das crianças por ocasião da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.16) e previu o seu sofrimento em nosso favor.
Quando Deus se lembra de nós ele toma atitudes que mostram sua proximidade, mesmo que tenhamos insistido em viver longe do Pai e ofendê-lo com nossos pecados. Ele nos visita! E quando reconhecemos esse amor que nos perdoa, nossas atitudes podem ser de desprendimento e louvor como os magos procederam.
Edgar Lemke