Imagina só alguém ouvindo a seguinte frase de Jesus: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5: 3). Isso não era o que eles esperavam ouvir antes do “porque deles é o reino dos céus”.
O que eles esperavam ouvir era algo assim: “Vocês são de Abraão…, por isso é de vocês o reino dos céus. ” Mas o que Jesus disse foi: “Bem-aventurados os pobres de espírito”.
Eles acreditavam em auto justificação por causa daquilo que eles eram. Na sua autossuficiência. Mas Jesus diz: Não! Na verdade, felizes são as pessoas quebrantadas, os humildes, os pequenos, as crianças, os pobres de espírito. Aqueles que reconhecem a sua fraqueza, sua insuficiência, a necessidade diária de Deus em suas vidas.
Jesus não disse em nenhum momento Abraão. Ele não disse os descendentes de Abraão, ou judeus, ou fariseus. Ele não disse bem-aventurados as pessoas que são boas nem as pessoas morais. Ele disse justamente as pessoas quebradas, os cansados e sobrecarregados, os falidos espiritualmente, os pecadores arrependidos. Esses são os verdadeiros herdeiros do reino de Deus.
No final das contas, foram as bem-aventuranças que mataram Jesus. Ele as explicava por onde quer que ele passava, das mais diversas maneiras. A mensagem das bem-aventuranças estava impregnada em todos os ensinamentos de Jesus e foi justamente essa mensagem que o colocou na cruz e salvou a todos nós, os pobres de espirito.
Otto Neitzel