Uma pessoa no momento mais desprendido de sua vida descobriu, num exame de rotina, que estava com câncer em estágio IV. A medicina não lhe prometia mais cura. Esse diagnóstico inesperado lhe tirou o chão debaixo dos pés ao ponto de se olhar no espelho e, em meio às lágrimas, sentir grande pena de si. Aí veio uma forte reação de não se apiedar, mas de confiar que Deus lhe desse força e oportunidade para viver bem o tempo que lhe restava e, no final, lhe poupasse de maiores sofrimentos. Sua oração foi parecida com esta : “Ó Senhor Deus, tem compaixão de mim e me dá saúde novamente” (Salmo 41.10).
Compaixão é o que pede Davi no salmo 41 que é, na verdade, uma oração de um doente: A pessoa que está doente precisa administrar as culpas que vem de seu próprio coração (v.4); tem que filtrar os julgamentos que as pessoas costumam fazer (v.5); não deve levar em conta as leviandades ditas pelos amigos mais próximos (v.6) e precisa conviver com a solidão que a enfermidade impõe de forma impiedosa (v.9). Nesse turbilhão de sentimentos e incertezas ela conta com uma certeza: a compaixão de Deus.
Na sua compaixão, Deus se tornou um de nós em seu filho Jesus, que assumiu as nossas enfermidades e levou as nossas dores até a cruz. E, como não ficou na morte, prometeu estar com a gente nesse mundo onde passamos por aflições e garantiu nos receber de braços abertos no final da jornada. A pessoa referida acima evidenciava essa fé no Salvador e isso foi fundamental na sua caminhada tanto na enfermidade quanto no suspiro final. O paraíso se abriu através daquele que disse: “Eu sou a ressurreição e a vida”.
Rev. Edgar Lemke