Mais do que em outros tempos as pessoas andam com medo, e não é para menos. Quando se imagina que a pandemia mundial dará sinais de que está passando, aparecem novas cepas que fazem este vírus muito mais agressivo e letal. Temos medo de tudo que está relacionado a ele: desemprego, isolamento social, solidão, depressão e, principalmente, a necessidade de uma internação hospitalar. Eu acho que você, ao pensar no futuro, se vê em meio a tal sentimento. E o medo é um sentimento ruim voltado para o futuro.
Mais do que em outros tempos as pessoas precisam de notícias que trazem esperança. A vacina ao alcance de todos é uma delas. Mas precisamos de algum tempo para verificar se ela realiza o que se espera. Acontece que a esperança, embora nela falte tudo, é um sentimento bom voltado para o futuro, pois é próprio da esperança aguardar pelo que não se tem. Paulo escreveu: “Ora, esperança que se vê não é esperança. Pois quem espera o que está vendo?” (Rm 8.24).
O combustível para criar e alimentar a esperança é a promessa. Promessa é anunciar uma intenção. No original é uma palavra muito parecida com “evangelho”, que é anunciar uma boa notícia. Quando se fala em promessa é preciso dar atenção não só ao seu conteúdo, mas ao seu autor. Estou falando de promessas que constam na Bíblia. Deus é o autor e Jesus é o conteúdo. Por isso ele é chamado de o Prometido. O Espírito Santo é aquele que cria a fé em Jesus e, por isso, é denominado como o Dom prometido da Salvação. Nessa promessa de Deus, portanto, está a garantia de nossa salvação eterna.
George Forrel, autor do livro Ética da Decisão, escreveu: “Toda a vida, tanto a de indivíduos como a de coletividades, é vivida sob a sombra da eternidade. Até este dia (o último) todos os esforços humanos serão tentativas de eliminar males imediatos”. Como a nossa esperança em Cristo não se limita a esta vida, temos coragem para eliminar esses males imediatos, enfrentar os nossos medos e semear esse sentimento bom voltado para o futuro “revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação” (1 Ts 5.8).
Edgar Lemke