Nesta semana celebramos a Epifania do Nosso Senhor. Ela acontece no dia 6 de janeiro e marca o fim do período do Natal. Tradicionalmente, o texto lido neste dia é que fala a respeito da visita daqueles magos que, guiados pela estrela, vieram do oriente para adorar o menino Jesus. Por isso, um hino que cai muito bem neste dia (que inclusive cantamos em nosso culto de quarta-feira) é o 564: “Três reis magos do oriente a sós”. Mas espera aí… três? Reis? A sós?
Pois é, irmãos! Se vocês revirarem a Escritura não vão achar a informação de que eram três, nem de que eram reis e tampouco que estavam sozinhos em sua jornada para encontrar Jesus. Na verdade, só podemos dizer que eram mais de um, que eram homens ricos, que deveriam ter um bom número de empregados que os assistiram em sua viagem (que pode ter levado cerca de 40 dias, se vieram da Babilônia) e que chegaram lá quando Jesus já deveria ter 1 ou 2 aninhos de vida (este último dado sabemos com base na trágica matança de bebês que Herodes promove logo depois de notar que os magos não voltariam para falar com ele).
Mas isso faz diferença real em nossa vida e em nossa fé? Creio que não! Estas são apenas curiosidades sobre este evento que quis compartilhar com vocês. O que de fato importa nessa história toda não é o “romance” que envolve a figura destes homens. Talvez uma das informações mais relevantes sobre eles seja, de fato, a de que eles eram magos. Isto quer dizer que eles provavelmente eram astrônomos, astrólogos e, também, feiticeiros. O termo “mago” dá margem para tudo isso. Mas por que isso é relevante? Porque simboliza com mais impacto a Epifania de Jesus.
A Epifania é o momento em que Jesus é revelado como o Rei prometido para todos os povos e não apenas para os judeus. Assim, no episódio dos magos, temos pagãos estrangeiros vindo adorar o menino Jesus. Não sabemos se eles creram em Cristo como Messias e Salvador, mas sabemos que, ali, outros povos foram incluídos na promessa de salvação. Ali, vemos Deus abraçando todos os povos indistintamente. Ali, vocês e eu fomos abraçados pela obra de Jesus que, até então, parecia ser direcionada apenas para os judeus.
Nesse sentido, como diz Paulo, o segredo que envolvia o Messias está revelado. E “o segredo é este: por meio do evangelho os não judeus participam com os judeus das bênçãos divinas. Eles são membros do mesmo corpo e participam da promessa que Deus fez por meio de Cristo Jesus.” (Ef 3.6). E cá estamos nós, como os magos, incluídos no amor de Deus.
Que a estrela de Cristo, que brilha em sua Palavra e Sacramentos, sempre nos conduza para a sua obra salvadora e nos preserve nela. Amém.
Jordan Gowert Madia