A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente. Me deparei com esta afirmação de Soren Kierkegaard, filósofo luterano dinamarquês (1813-1855) e aproveito a ideia de olhar para trás para encarar com coragem o que há pela frente.
O apóstolo Paulo leva os cristãos de Corinto a olhar para trás e os faz ver que, no passado, estavam acostumados a ter outra ideia de deus. Eles “se deixavam conduzir aos ídolos mudos, conforme eram guiados” (1 Co 12.2). Esses deuses não tinham nenhuma interferência no mundo.
Em oposição a esta ideia Paulo fala do Deus que cria, preserva e redime o mundo através da Palavra, cria a igreja e nos chama, pela ação do Espírito Sato, através do Evangelho como aprendemos na explicação do Terceiro Artigo: “Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo meu Senhor, nem vir a ele, mas o Espírito Santo me chamou pelo Evangelho”.
Olhando para trás, nos vemos inseridos no contexto de igreja por um ato que sequer lembramos. O batismo nos incorpora para dentro de Cristo e nos torna membros deste corpo.
O apóstolo Paulo, ao orientar sobre os dons que Deus Espírito Santo dá, nos leva a olhar para a frente ao dizer: Procurem progredir, para a edificação da igreja (1Co 14.12). “Se esforcem para possuir os melhores dons” (1 Coríntios 12.31). Esforço no original grego é “zeloute”, e daí a palavra zelo. Quando experimentamos o amor daquele que nos amou primeiro não podemos ficar insensíveis aos desafios da missão de Deus ao mundo para os quais nos quer envolver para a edificação da igreja. Somos corpo vivo de Cristo e esse viver requer esforço de nossa parte.
Que tal exercitar os dons que Deus nos deu, orar pelos missionários, criar o hábito de compartilhar pelas mídias sociais a mensagem do Evangelho?
Edgar Lemke