Texto: A Oração de uma pessoa obediente a Deus tem muito poder (Tiago 5.16).
“A oração é o suor da alma”. Essa frase atribuída a Lutero tem o seu significado para a vida de oração. Tal qual o exercício físico, o desafio é ultrapassar a zona de conforto, nem que cause suor e dor. Precisamos desse esforço e disciplina, pois nos ocupamos com tantas coisas que não achamos tempo nem disposição essa conversa regular com Deus, mesmo sabendo que Jesus disse para orarmos sempre e nunca desanimar (Lc 18.1).
Tiago incentiva o cristão à prática da oração em qualquer situação da vida. No sofrimento é hora de suplicar ao Pai celeste por força para resistir com fidelidade. Na alegria tanto da alma como do coração é hora de agradecer a Deus por sua bondade. Na doença é hora de pedir as orações da igreja e seus pastores.
Há uma particularidade de Tiago neste incentivo à oração: no sofrimento e na alegria é a pessoa que é estimulada a orar por si mesma; na hora da doença os outros são desafiados a orar pelo enfermo. Tiago conclui: “Essa oração, feita com fé, salvará a pessoa doente… A oração de uma pessoa obediente a Deus tem muito poder” (Tg 5.15,16).
Há, na palavra de Tiago, uma condição para que a oração tenha muito poder. A pessoa precisa ser justa (aqui a tradução é “obediente a Deus”). Justo é quem foi perdoado por Deus pela fé em Cristo (Rm 5.1). O poder da oração sempre está naquele que pode atender, não naquele que pede. As orações precisam estar de acordo com a vontade do Pai. É o “seja feita a tua vontade” da oração que Jesus ensinou.
Já que a “oração é o suor da alma” que tal seguir a orientação de Lutero: “É bom que, de manhã cedo, se faça da oração a primeira atividade, e de noite, a última. E cuide-se muito bem desses pensamentos falsos e enganosos que dizem: Espera um pouco, daqui a uma hora vou orar. Porque com esses pensamentos a gente passa da oração para os afazeres que prendem e envolvem a gente a ponto de não mais sair oração o dia inteiro”.
Edgar Lemke