“A jovem que está gravida dará a luz um filho e porá o nome de Emanuel, que quer dizer Deus conosco”.(Isaías 7.14, Mateus 1.23)” Adap.
Tradicionalmente o tempo de Natal é um tempo de alegria. E é! Mas nem sempre se percebe o quanto de tristeza o envolve também. Uma campanha de brinquedos, por exemplo, é maravilhosa. Mas é preciso perceber que se ela ocorre porque existe uma triste realidade de exclusão que impede famílias de adquirir um presente para seus filhos; Há a beleza do estender a mão, dar um abraço, uma felicitação. Muitas vezes, a alguém cujo coração está solitário, amargurado. Ou envolvido em uma doença que persiste, e que gera angústia no Natal. Outra situação invisível, exceto para os mais próximos, é aquele lugar vazio em casa ou na igreja tradicionalmente ocupado por um irmão/irmã que não está mais ali, por estar usufruindo do bem-aventurado sono daqueles que desde agora partem no Senhor. Sua ausência é sentida demais pelos seus. E há ainda outras situações de tristeza não percebidas, tais como as angústias vividas entre quatro paredes por casais em desarmonia. Ou, de violência sofrida a sós, seja ela de qual tipo for, não percebidas pelo nosso “olho nu”, até já insensível. Sim, por trás desta data, há muita tristeza e sofrimento vivido e não visto. E que precisa ser superado.
Para tanto é preciso entender que a causa das tristezas são mais profundas que as evidências mostram. Elas tocam o âmago do ser humano. Provem da sua natureza pecaminosa e separada do Criador. Desta separação violenta demandam as violências e tristezas de cada dia. Sim, carece-se da graça de Deus. E ele a dá.
O Natal nos chama a percebê-la. Pois é justamente isto que celebramos no Natal. Sua graça, fonte de superação e alegria. E que se manifesta no personagem central do Natal. E por isso continua a ser lembrado, ao menos nas Igrejas e lares cristãos. Lá no shopping tem de tudo, menos aquele cuja data é celebrada. Por isso as pessoas até saem de lá com bolsas cheias, mas de corações vazios, tristes, e porque não, endividados. Somente a razão pela qual se comemora o Natal torna-se fonte de alegria verdadeira e profunda: Jesus Cristo, nascido no Natal.
Somente no menino de Maria se cumprem as promessas de Isaias. Ele é Emanuel. Com Deus conosco, o coração se torna generoso e atende com brinquedos e outros itens, não a “coitados pobres”, mas crianças e pessoas que Deus também ama e quer atender através dos seus filhos. Veles veem que há muito a fazer para ter um país mais justo, que não maltrata suas crianças e nem as Instituições que delas cuidam. Também percebe outros sofredores, que encontram na Igreja, na Palavra, nos Sacramentos e no estar junto, o abraço amigo de Deus no abraço dos irmãos. E os que os abraçam, o fazem com força e alegria por perceber seu grandioso papel. Assim ambos recebem a bem-aventurança eterna. E dão aos demais a força para a denúncia e ruptura, seja de que tipo ou proximidade for a violência sofrida.
Então, abençoado tempo de Natal. Na certeza de Deus estar presente conforme profetizou Isaías e cujo cumprimento registra Mateus. E do fato de se crer Nele. E de ouvir o consolo do perdão e salvação. Ele provê a força para a superação e a alegria para esses dias. Ele ainda reserva um lugar onde a dor, o pranto e a morte não mais existirão. Onde estas primeiras coisas que fazem sofrer já passaram. Amém.
José Daniel Steimetz