Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
É Oswaldo Montenegro que manda a gente fazer “A lista”. A música é bonita, mas incomoda um pouco. Na estrofe acima, ele nos faz encarar os fatos: não somos tão estáveis ou seguros quanto gostaríamos de ser. As coisas nem sempre funcionam como queríamos, por falha nossa mesmo ou por algo que foge ao nosso controle. Afinal, nós não temos o controle!
Olhar pra si mesmo é importante, já diziam os antigos gregos, bem sabidos que eram. Mas ficar só nisso não convém. Conhecer a si mesmo sozinho é meio caminho para desespero, melancolia ou angústia sem fim. Melhor, então, fazer isso acompanhado, escutando quem tem segurança de sobra para dizer o que pensa de nós e poder de sobra para fazer acontecer o que quer. E Ele diz que ama seu povo com um amor eterno (Jeremias 31.3). Não há lugar para oscilação aqui. Ele não olha para nossa lista de conquistas e derrotas diariamente para ver se continua nos amando ou não. Olha para Cristo, para o que fez por nós na cruz. E nos ama. O tempo todo, ele nos ama. Aí está a segurança e estabilidade que nos falta.
E nós? É João que responde: “Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro” (1 João 4.19). Amamos perfeitamente, constantemente, indiscutivelmente, como Ele mesmo? Não. Não por enquanto. Mas amamos, porque Ele faz isso ir acontecendo nas nossas vidas pela Palavra e pela ação do Espírito. E a quem amamos? Quem entra nessa lista? Lembra da resposta de Jesus àquele cidadão que, sabendo que era para amar o próximo, perguntou “quem é meu próximo”? A resposta é toda a história do bom samaritano (Lucas 10.25-37). E a conclusão é mais ou menos assim: “Vai vivendo. Quem você encontrar por aí, pelos caminhos da vida, é esse que você vai amar.” Qualquer um? É.
Seguimos, então, certos do amor de Deus por nós, bem resolvidos quanto a isso, vivendo também seu amor no dia a dia. Sem neura. Sem lista.
César Rios
Estudante de Teologia do Seminário Concórdia