Chamou-me muito a atenção a homenagem que Arnaldo Jabor fez a José Alencar e as palavras que ele usou para narrar a luta do ex-vice-presidente contra a morte. “Humilhou a morte durante 14 anos. A malvada só venceu depois de 17 rounds de porrada. Ganhou, mas saiu humilhada, quando ele se cansou e disse: ‘Tudo bem, não faça cerimônia. Pode entrar’!”
Essa coragem demonstrada pelo nosso ex-vice-presidente certamente vai entrar nos livros de história. Uns dizem que é fácil lutar contra a morte quando se tem os melhores médicos e planos de saúde, mas será que é mesmo? Eu diria que nunca vai ser fácil lutar contra esse inimigo. Mesmo que Jabor descrevesse com palavras quase que “epopéicas” essa batalha de Alencar e transmitisse a nós uma bela mensagem de perseverança, alegria e coragem, nada se compararia à verdadeira história da humilhação da morte.
Com que coragem o apóstolo pode dizer: “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?” Ele que enfrentava todos os dias perigos de morte, perseguições, prisões, doenças. De onde vinha a força para ele perseverar, se alegrar, ser forte quando perdia toda sua força?
Por mais bela que seja uma homenagem de alguém que bravamente lutou contra a morte, nada se compara àquela história em que, no fim, a morte não foi apenas humilhada, mas derrotada. É exatamente nessa história que nós meditamos na época da Quaresma. E é exatamente dela que o cristão tira forças para lutar contra a morte, esse “último inimigo a ser destruído” (1 Co 15.26).
Lutar contra a morte não é brincadeira, dá medo, assusta. O consolo não está nas nossas forças nem na nossa coragem de lutar contra ela, mas na força de Cristo em nós. A sua vitória é nossa vitória. “O que dá à morte o poder de ferir é o pecado, e o que dá ao pecado o poder de ferir é a lei. Mas agradeçamos a Deus, que nos dá a vitória por meio do nosso Senhor Jesus Cristo!” (1 Co 15.56,57).
Otto Neitzel
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