Um homem rico aproxima-se de Jesus, ajoelha-se diante dele e pergunta: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Mc 10.17).
Há pergunta mais importante a ser feita na face da terra? Na maioria das vezes não chegamos tão longe em nossas perguntas. Costumamos ficar nessa variante: Qual é o sentido da vida? Tentamos responder essa pergunta com estudo, trabalho, diversão, passeios, carreira, bens, e outras coisas pelas quais vivemos e nos esforçamos.
O homem rico vai mais longe nessa questão. Ele sabe de experiência que a riqueza não lhe satisfaz. Ele tem noção de que vai perdê-la um dia. Por isso pergunta: Que farei para herdar a vida eterna?
O desfecho desse diálogo foi nada promissor. Quando Jesus escancara sua idolatria diante do Primeiro Mandamento (Mc 10.21) e, com amor, o convida para ser seu seguidor, o homem saiu contrariado e triste porque era dono de muitas propriedades.
Mais adiante, Jesus comenta com os seus discípulos: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mc 10.25). Aí, os discípulos perguntam: “Sendo assim, quem pode ser salvo?”. O Mestre complementa a lição: “Para os seres humanos é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível” (Mc 10.27). Conclusão: a salvação de alguém, seja rico ou pobre, é um milagre de Deus.
O que, então, podemos fazer? Num livrinho sobre oração, Lutero disse que todo cristão precisa de, pelo menos três coisas:
- Saber o que fazer e deixar de fazer
– Para isso temos as Escrituras, que podem nos tornar sábios para a salvação pela fé em Cristo (2 Tm 3.15); - Onde achar força para isso?
Cristo diz: “Sem mim vocês não podem fazer nada (Jo 15.5)”; - Como buscar essa força?
O que Jesus dizia era: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” (Mt 13.9).
O que, então, podemos fazer? Ouvir a Palavra, estudá-la, refletir sobre seu conteúdo, exercitá-la, tudo isso é tarefa nossa. Força para crer e aceitá-la é exclusiva obra graciosa do Espírito Santo. “E assim a fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo” (Rm 10.17).
Edgar Lemke