Alguns colegas meus que foram no show Roger Waters, fundador da banda Pink Floyd, comentaram sobre um pedido que foi feito à plateia segundos antes da primeira música. Uma voz pedia, delicadamente, para que os “flashs” das câmeras e celulares fossem desligados e que esses não fossem utilizados durante todo o show. Como o diferencial deste show eram os efeitos de luzes, cores, imagens e vídeos projetados, se alguém tirasse fotos com o flash ligado, poderia acabar prejudicando toda apresentação.
O comportamento do público presente nesse show, no entanto, repercutiu no exterior: “povo mal educado”, “não sabe assistir show desse tipo”, “não tem capacidade nem de desligar o flash da própria câmera”, “não basta só ver, tem que ficar tirando fotos de tudo pra mostrar”… Ficou chato pra nós brasileiros, né?
Para alguns, é mais prazeroso mostrar as fotos do que realmente aproveitar o momento. Em outras palavras, “não basta só ver, tem que mostrar!”
Quando as mulheres viram o túmulo vazio no terceiro dia elas não se contiveram e tiveram que contar o que havia acontecido. Se elas tivessem uma câmera naquele momento, elas certamente tirariam uma foto e ninguém duvidaria delas. Mesmo sem foto, alguns discípulos correram até a tumba para ver com os próprios olhos.
Não bastar ver o túmulo vazio, tem que mostrar, tem que contar. Foi o que aquelas mulheres fizeram, foi o que os apóstolos fizeram daquele dia em diante e é o que nós fazemos quando celebramos a Páscoa. Toda vez que celebramos a Páscoa estamos mostrando ao mundo que o nosso Redentor vive. Para nós cristãos, esta é uma data celebrada todos os dias da nossa vida, pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos (Atos 4.20).
Otto Neitzel
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