Numa pequena vila no interior da Inglaterra encontra-se um rochedo muito alto, no qual a natureza, caprichosamente, esculpiu uma figura muito parecida com uma cabeça humana. A figura de pedra dominava toda a região por sua grandiosidade, beleza e aparente bondade. Contam os habitantes da vila que um menino, que ali morava, ficava horas admirando aquele colosso de pedra. Com o passar do tempo, diziam, o menino cada vez mais se parecia com a pedra. Já homem feito impressionava a todos – o homem do rochedo estava ali no meio deles.
A veracidade da história fica por conta dos habitantes daquela vila, mas verdade é que nos ensina uma importante lição. Conhecemos Jesus, a rocha eterna, a pedra angular; conhecemos sua vida, sua bondade, seu amor. Quem sabe se olharmos mais tempo, mais vezes para ele, havemos de parecer com ele.
A vila onde se encontra o rochedo da nossa salvação (Sl 95.1) é a Escritura Sagrada. Quanto mais a manusearmos, quanto mais a lermos, e estudarmos, tanto mais subsídios encontraremos para nos parecer com ele – bondade, amor, piedade, confiança, vida cristã. “Vocês são filhos queridos de Deus e por isso precisam ser como ele. Que suas vidas sejam dominadas pelo amor, assim como Cristo nos amou e deu a sua vida por nós, como oferta de perfuma agradável e como sacrifício que agrada a Deus.” (Ef.5.1)
O apóstolo Paulo procurava diligentemente ser um imitador de Cristo e incentivava seus leitores a fazer o mesmo. “Vivam de tal maneira que não prejudiquem os judeus nem os não judeus nem a Igreja de Deus. Façam como eu. Procuro agradar a todos em tudo o que faço, não pensando no meu próprio bem, mas no bem de todos para que sejam salvos. Sejam então meus imitadores, como eu sou imitador de Cristo.” (l Co 4.1) Imitar a fé. “Lembrem-se dos seus primeiros líderes espirituais, que anunciaram a mensagem de Deus a vocês. Pense como eles viveram e morreram e imitai a fé que tinham.” (Hb 13.7) Imitar o amor. “É assim que sabemos o que é o amor: Cristo deu a sua vida por nós. Por isso nós também devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos. Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações.” (1 Jo 3.15,16)
Tentamos viver como imitadores de Cristo, como o menino do rochedo. Procuremos nos fixar nos conselhos e preceitos divinos. Com a força que, pela fé, o Espírito Santo de Deus nos dá, aqui chegaremos perto à sua semelhança; depois, seremos como ele. (1 Jo 3.2). Advento é um tempo muito oportuno para fixar os olhos no Salvador.
Guido Rubem Goerl – Pastor emérito da IELB